terça-feira, 9 de outubro de 2012

Noite quente de inverno.


   Fui dormir tarde naquela noite, tudo estava quieto, perambulei a casa inteira sem se quer um pouco de sono ou algo que fizesse meus olhos se fecharem. 
   Fui ate a cozinha tomei um copo de água em três goles, senti um cheiro de pão queimado no ar. Sobre as prateleiras avistei um pote, um pote cheio de pães corados e de casca grossa, esse seria o café da manha. Olho para o relógio já são 2:41h da manha e nada, nada de dormir.
   Volto para a cama desesperada, acho alguma formar de conseguir cair em um sono profundo, viro de lado, conto carneirinhos, deito de bruço e acabo de barriga pra cima com os olhos bem abertos. Começo a pensar novamente. Imaginação pertubante. Começo a analisar meu teto, branco com laterais de gesso em forma rococo requintado, analise banal, quando me dou conta uma lagartixa rodeia o meu teto, observo-a, meu teto também abriga mosquitinhos mais que eu prefiro chamar de filhotes de libélula, em segundos instantâneo a lagartixa devora rapidamente os 21 filhotes de libélula que se hospedavam no meu teto, alguns voaram mais poucos sobreviveram, como pode um bicho como aquele ser tão esperto? Nessas horas eu seria qualquer bicho, e teria honra de ser uma lagartixa, só queria sumir do mundo. Desaparecer.
   Mas na verdade eu estou aqui deitada em minha cama com a fraca luz do abajur acesa batendo no meu rosto quente devido ao calor que estava no meu quarto em pleno inverno. Um pernilongo passa no meu ouvido, consigo ouvir seu zoombido. Consigo ouvir também o meu interior, gritando de dor, uma lagrima no meu rosto escorre, com o coração apertado por causa de mais uma briga banal com meu namorado (será que posso chamar ele assim ainda). Éramos tão felizes, e tudo terminou assim, eu aqui e ele lá.
   Olho para o relógio são 4:00h. Me lembro das mensagem de boa noite bem elaboradas e românticas que ele me mandava, agora só me resta saudade. Virei de lado na cama segurando um choro com um nó na garganta. Prestes a cair num sonho triste.

                                                                                                             Ana Carolina Delpoio

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